domingo, 3 de junho de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
Sobre a audiência pública em Santos
No último dia 27 de março ocorreu na Câmara Municipal de Santos uma audiência pública relativa ao transporte e ao aumento da tarifa para R$2,90. Postagem com o áudio aqui.
O plenário lotado (mais de 100 pessoas), entre estudantes e trabalhadores, foi o cenário onde o presidente da CET, Rogério Crantschaninov, e o secretário de Governo, Márcio Lara, "tentaram" apresentar os motivos do aumento e a suposta "qualidade" atribuída ao sistema de transporte público. Rogério explanou por aproximadamente 50 minutos gráficos e esquemas técnicos que comprovam o "vasto" investimento em tecnologia e acessibilidade ao usuário. Não faltaram a exaltação dos tótens eletrônicos (que deveriam auxiliar a espera do usuário e o tempo correto do itinerário dos ônibus, mas que na realidade nunca funcionaram), do GPS, catraca eletrônica, centro de tecnologia e monitoramento, etc.
Após essa aula de tecnologia, nos foi dada uma "aula" de como tentar esconder ou tapear a acumulação do dinheiro arrecadado pelo transporte público. Tentar, pois obviamente não lograram êxito na empreitada. O presidente da CET literalmente colocou a culpa do aumento da tarifa nos gastos com gratuidade. Sim, segundo ele, idosos e deficientes são os responsáveis pelo aumento. Sua petulância ficou evidente quando insinuou que todos os presentes na audiência não pagavam passagem. Perguntou aos presentes: - Quem aqui paga passagem? Como todas as pessoas do plenário levantaram a mão, só restou ao secretário abrir um sorriso amarelo e mudar de assunto.
Fora a gratuidade, Rogério colocou a culpa no aumento dos combustíveis, dos pneus, no aumento(?) do salário dos motoristas, etc. O que chamou mais a atenção foi a pérola: segundo Rogério, o aumento também se deve ao boom automobilístico que esvaziou(?) os ônibus. Aqueles que utilizavam o transporte público adquiriram automóveis, motos, ou migraram para as bicicletas. Como explicar então a lata de sardinha à qual estamos submetidos diariamente, e que piora a cada ano? Cremos que o secretário, no conforto de seu carro com ar condicionado, não conhece a realidade sobre a qual interfere diretamente. Foi o que todos esperavam: alguém tinha que ser culpado, e esse alguém definitivamente não seria o prefeito ou/e a Piracicabana.
A explanação do presidente da CET não conseguiu esconder a realidade concretamente vivenciada pela população. Outro fato que simboliza bem a política do transporte praticada na cidade foi a reiteração da múltipla função do motorista, justificada pela tecnologia do cartão. Também foi dito pelos representantes que “não faz parte da política desse governo” o subsídio ao transporte público, como acontece em outras cidades.
Durante as mais de 3 horas de audiência, a população pôde cobrar e exigir respostas e ações que resultem de fato em uma melhora das condições atuais do nosso sistema de transporte. Nesse processo, também podemos concluir que a privatização e concepção mercadológica criaram um monopólio monstruoso que lucra em cima da exploração de usuários e funcionários: a Viação Piracicabana, que nem ao menos se preocupou em enviar representante à audiência - nem precisou, já que tanto o representante da CET quanto o da Prefeitura argumentaram a favor da empresa.
À Piracicabana tudo é dado: o controle, a gestão, o lucro e a manutenção do transporte público da região. Quem paga essa conta? O povo. Nós pagamos o pneu, a gratuidade, o combustível, o aumento do salário dos funcionários, o GPS, a catraca etc. O que paga a prefeitura? O que paga a Piracicabana? Não pagam e nem ao menos apresentam as contas e as planilhas de custos e arrecadação.
Por fim, acreditamos que a mobilização é a chave para a construção de uma sociedade efetivamente democrática e popular. O trabalho de base que timidamente desenvolvemos na Zona Noroeste deu resultado, prova de que a população já está farta da exploração desencadeada pelas empresas e pelo poder público.
Nossos objetivos devem focar na construção do poder popular através de mobilizações que resultem em um conselho popular do transporte público e que de fato possua representatividade para planejar, discutir e gerir os problemas e as soluções. Essa representatividade não se conquista com conchavos, acordos ou camaradagem para com o legislativo, mas com luta e mobilização. Esse, a nosso ver, é o primeiro passo para uma possível municipalização.
O plenário lotado (mais de 100 pessoas), entre estudantes e trabalhadores, foi o cenário onde o presidente da CET, Rogério Crantschaninov, e o secretário de Governo, Márcio Lara, "tentaram" apresentar os motivos do aumento e a suposta "qualidade" atribuída ao sistema de transporte público. Rogério explanou por aproximadamente 50 minutos gráficos e esquemas técnicos que comprovam o "vasto" investimento em tecnologia e acessibilidade ao usuário. Não faltaram a exaltação dos tótens eletrônicos (que deveriam auxiliar a espera do usuário e o tempo correto do itinerário dos ônibus, mas que na realidade nunca funcionaram), do GPS, catraca eletrônica, centro de tecnologia e monitoramento, etc.
Após essa aula de tecnologia, nos foi dada uma "aula" de como tentar esconder ou tapear a acumulação do dinheiro arrecadado pelo transporte público. Tentar, pois obviamente não lograram êxito na empreitada. O presidente da CET literalmente colocou a culpa do aumento da tarifa nos gastos com gratuidade. Sim, segundo ele, idosos e deficientes são os responsáveis pelo aumento. Sua petulância ficou evidente quando insinuou que todos os presentes na audiência não pagavam passagem. Perguntou aos presentes: - Quem aqui paga passagem? Como todas as pessoas do plenário levantaram a mão, só restou ao secretário abrir um sorriso amarelo e mudar de assunto.
Fora a gratuidade, Rogério colocou a culpa no aumento dos combustíveis, dos pneus, no aumento(?) do salário dos motoristas, etc. O que chamou mais a atenção foi a pérola: segundo Rogério, o aumento também se deve ao boom automobilístico que esvaziou(?) os ônibus. Aqueles que utilizavam o transporte público adquiriram automóveis, motos, ou migraram para as bicicletas. Como explicar então a lata de sardinha à qual estamos submetidos diariamente, e que piora a cada ano? Cremos que o secretário, no conforto de seu carro com ar condicionado, não conhece a realidade sobre a qual interfere diretamente. Foi o que todos esperavam: alguém tinha que ser culpado, e esse alguém definitivamente não seria o prefeito ou/e a Piracicabana.
A explanação do presidente da CET não conseguiu esconder a realidade concretamente vivenciada pela população. Outro fato que simboliza bem a política do transporte praticada na cidade foi a reiteração da múltipla função do motorista, justificada pela tecnologia do cartão. Também foi dito pelos representantes que “não faz parte da política desse governo” o subsídio ao transporte público, como acontece em outras cidades.
Durante as mais de 3 horas de audiência, a população pôde cobrar e exigir respostas e ações que resultem de fato em uma melhora das condições atuais do nosso sistema de transporte. Nesse processo, também podemos concluir que a privatização e concepção mercadológica criaram um monopólio monstruoso que lucra em cima da exploração de usuários e funcionários: a Viação Piracicabana, que nem ao menos se preocupou em enviar representante à audiência - nem precisou, já que tanto o representante da CET quanto o da Prefeitura argumentaram a favor da empresa.
À Piracicabana tudo é dado: o controle, a gestão, o lucro e a manutenção do transporte público da região. Quem paga essa conta? O povo. Nós pagamos o pneu, a gratuidade, o combustível, o aumento do salário dos funcionários, o GPS, a catraca etc. O que paga a prefeitura? O que paga a Piracicabana? Não pagam e nem ao menos apresentam as contas e as planilhas de custos e arrecadação.
Por fim, acreditamos que a mobilização é a chave para a construção de uma sociedade efetivamente democrática e popular. O trabalho de base que timidamente desenvolvemos na Zona Noroeste deu resultado, prova de que a população já está farta da exploração desencadeada pelas empresas e pelo poder público.
Nossos objetivos devem focar na construção do poder popular através de mobilizações que resultem em um conselho popular do transporte público e que de fato possua representatividade para planejar, discutir e gerir os problemas e as soluções. Essa representatividade não se conquista com conchavos, acordos ou camaradagem para com o legislativo, mas com luta e mobilização. Esse, a nosso ver, é o primeiro passo para uma possível municipalização.
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Ouça a audiência pública sobre o transporte, em Santos
Ouça a audiência pública realizada dia 27 de março, na Câmara Municipal de Santos, convocada para que fossem explicados os motivos do aumento da passagem de ônibus para R$ 2,90 na cidade. Foi gravada quase toda a audiência, sem cortes nem edição.
O áudio pode ser baixado aqui (abrirá uma janela adicional).
Em breve o MTP-BS divulgará uma nota sobre a audiência, bem como as próximas atividades do movimento. A luta continua!
sexta-feira, 16 de março de 2012
Jornada de lutas contra o aumento da tarifa - Santos
(Pré-audiência pública, dia 27/3, na Câmara)
- Sexta-feira, dia 16, 19h30 - Reunião na Sociedade de Melhoramentos do Jardim São Manoel, com a comunidade do bairro - encontro às 19h no ponto final da linha 101
- Domingo, dia 18, 9 horas - Panfletagem na Zona Noroeste - encontro no ponto final, no Rádio Clube
- Segunda, dia 19, 19 horas - Reunião na Associação dos Cortiços do Centro (ACC) - Conjunto Vanguarda I - Rua General Câmara, 410 - Paquetá
Esperamos o máximo de pessoas lá! Mais informações no nosso grupo: http://www.facebook.com/groups/cltp.bs/
terça-feira, 13 de março de 2012
AUDIÊNCIA PÚBLICA EM SANTOS - TODOS À CÂMARA CONTRA O AUMENTO DA TARIFA!
AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA DOS VEREADORES DE SANTOS
DIA 27 DE MARÇO DE 2012, ÀS 19 HORAS
ASSUNTO: AUMENTO DO VALOR DA PASSAGEM DE ÔNIBUS
TODOS À CÂMARA CONTRA O AUMENTO DA TARIFA!
Depois de muita luta, a população conseguiu o direito a uma AUDIÊNCIA PÚBLICA na Câmara Municipal de Santos, para que se esclareça o reajuste absurdo de R$ 2,90 na passagem dos ônibus municipais. Agora é hora de se fazer valer a voz de todos que se sentem assaltados toda vez que vão pagar o transporte “público”.
- Exigimos a ANULAÇÃO do aumento para R$ 2,90, que foi autorizado pela CET e pelo prefeito Papa, sem qualquer consulta à população, e sem a menor prestação de contas
- Como o transporte municipal é concessão pública, exigimos TRANSPARÊNCIA, começando pela apresentação do contrato entre a Prefeitura e a Piracicabana, e a divulgação da planilha de custos do transporte, com todos os valores especificados
- Exigimos o direito de PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO na gestão do transporte, por meio de mecanismo efetivamente democrático, através do qual se possa definir as prioridades e os valores do transporte público
O que é uma AUDIÊNCIA PÚBLICA?
É uma reunião aberta a toda população, convocada pelos vereadores, para que os responsaveis por uma atividade de interesse público (neste caso a CET e a Prefeitura) prestem esclarecimentos. Todos os presentes podem se manifestar, fazendo questionamentos ou protestando.
O que é o MTP-BS?
É um grupo de pessoas e entidades unificadas na luta por um transporte efetivamente público, com controle popular, transparência na gestão e definição de tarifas (valor da passagem) condizentes com a realidade da população.
PARTICIPE: PORQUE SÓ A LUTA COLETIVA MUDA A VIDA
Blog: www.transportepublico-bs.blogspot.com
Facebook: Mtp Baixada Santista
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Somos MOVIMENTO!
Em reunião realizada no CES na tarde deste domingo, dia 26 de fevereiro, mudamos de nome! De Comitê de Lutas pelo Transporte Público da Baixada Santista (CLTP-BS), grupo criado no ano passado e reativado neste ano, passamos a ser Movimento pelo Transporte Público da Baixada Santista (MTP-BS). O novo nome, além de ser mais simples, traduz a real intenção do grupo, de estar em movimento constante e ativo, como mostrado nas últimas semanas. E reforça o caráter plural e aberto do grupo, que tem a intenção de concentrar forças para a questão do transporte público na Baixada, que, como em praticamente todo o País, é tratado como mais uma mercadoria, sem a mínima participação do povo em sua gestão, e a preços abusivos.
(Mudou também o endereço do blog: http://transportepublico-bs.blogspot.com/)
Na reunião também foi reforçado o informe sobre a audiência pública sobre a tarifa do ônibus em Santos, marcado pela Câmara Municipal para acontecer dia 27 de março, às 19 horas, com a presença de representantes da CET e da Viação Piracicabana. É importante lembrar que essa audiência só foi possível após pressão de todas as pessoas envolvidas nos protestos. Parabéns a todos!
A próxima etapa é envolver mais pessoas para fortalecer a luta pelo transporte público, e pontualmente para esta audiência pública, que acontece daqui a quatro semanas.
Entre as propostas discutidas, foi estabelecida a realização de uma atividade formativa, trazendo algum companheiro de algum movimento ligado à tarifa, como o MPL Floripa. Também será procurado algum especialista que possa explicar como se dá o cálculo da planilha de custos do transporte público.
Também foram propostas as seguintes datas:
- 16 de março (sexta), às 19h30: bate-papo com moradores do Jardim São Manoel
- 18 de março (domingo), às 9 horas: panfletagem na Zona Noroeste (concentração no ponto final do Rádio Clube)
Durante esta semana estará pronto o panfleto, convocando todos e todas para a audiência pública.
QUEREMOS TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO TRANSPORTE, UMA TARIFA CONDIZENTE COM A REALIDADE DA POPULAÇÃO, ALÉM DO CONTROLE POPULAR DA GESTÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO.
(Mudou também o endereço do blog: http://transportepublico-bs.blogspot.com/)
Na reunião também foi reforçado o informe sobre a audiência pública sobre a tarifa do ônibus em Santos, marcado pela Câmara Municipal para acontecer dia 27 de março, às 19 horas, com a presença de representantes da CET e da Viação Piracicabana. É importante lembrar que essa audiência só foi possível após pressão de todas as pessoas envolvidas nos protestos. Parabéns a todos!
A próxima etapa é envolver mais pessoas para fortalecer a luta pelo transporte público, e pontualmente para esta audiência pública, que acontece daqui a quatro semanas.
Entre as propostas discutidas, foi estabelecida a realização de uma atividade formativa, trazendo algum companheiro de algum movimento ligado à tarifa, como o MPL Floripa. Também será procurado algum especialista que possa explicar como se dá o cálculo da planilha de custos do transporte público.
Também foram propostas as seguintes datas:
- 16 de março (sexta), às 19h30: bate-papo com moradores do Jardim São Manoel
- 18 de março (domingo), às 9 horas: panfletagem na Zona Noroeste (concentração no ponto final do Rádio Clube)
Durante esta semana estará pronto o panfleto, convocando todos e todas para a audiência pública.
QUEREMOS TRANSPARÊNCIA NA PRESTAÇÃO DE CONTAS DO TRANSPORTE, UMA TARIFA CONDIZENTE COM A REALIDADE DA POPULAÇÃO, ALÉM DO CONTROLE POPULAR DA GESTÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO.
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